No próximo domingo, dia 27 de outubro, as atenções do Brasil estarão voltadas para o segundo turno das eleições municipais. Este momento não é apenas uma oportunidade para os eleitores escolherem seus representantes, mas também um marco que reflete a evolução democrática do país.
Desde a primeira prefeita mulher até o uso das urnas eletrônicas, as eleições municipais revelam dados curiosos que contam a história da política no Brasil.
Quem foi a primeira prefeita do Brasil?
A história das eleições brasileiras guarda um importante capítulo com a eleição de Alzira Soriano, que se tornou a primeira prefeita mulher do Brasil em 1928. Alzira venceu a disputa para o cargo na cidade de Lajes, no interior do Rio Grande do Norte, representando o Partido Republicano.
Com 60% dos votos, ela fez história em um contexto em que o direito ao voto ainda não era garantido para todas as mulheres no Brasil. O sufrágio feminino só foi estabelecido em 1932 com o primeiro Código Eleitoral do país. Apesar dos avanços, a desigualdade de gênero persiste na política, e nas eleições de 2024, apenas 15% dos candidatos a prefeito são mulheres.
Há voto em trânsito nas eleições municipais?
Embora o voto em trânsito permita que eleitores votem em uma cidade diferente do seu domicílio eleitoral, esse direito não se aplica às eleições municipais. Para participar das eleições de 2024, os eleitores que estiverem fora de seu domicílio no dia da votação precisam justificar sua ausência.
Isso pode ser feito pelo aplicativo e-Título, nas mesas receptoras em locais de votação ou em zonas eleitorais após o pleito. A justificativa para a ausência no primeiro turno deve ser apresentada até 5 de dezembro, evidenciando a importância do planejamento e da organização dos eleitores.
Quando a urna eletrônica foi usada pela primeira vez?
As urnas eletrônicas marcaram uma nova era nas eleições brasileiras, sendo utilizadas pela primeira vez em 1996 durante as eleições municipais. Naquele ano, cerca de 70 mil máquinas computaram os votos de mais de 32 milhões de eleitores em 57 cidades.
O projeto, coordenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contou com a colaboração de instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Centro Técnico Aeroespacial (CTA). A introdução das urnas eletrônicas visou aumentar a segurança e a transparência do processo eleitoral, reduzindo a possibilidade de fraudes.
Quais são os candidatos mais ricos nas eleições de 2024?
Em um levantamento da Folha de S.Paulo, Sandro Mabel, candidato a prefeito de Goiânia pelo União Brasil, foi identificado como o candidato mais rico das eleições de 2024, com um patrimônio declarado de R$ 313.405.916,29.
Em segundo lugar, o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, declarou bens totalizando R$ 169.503.058,17. A lista também inclui o jornalista José Luiz Datena, que competia pela Prefeitura de São Paulo, com um patrimônio de R$ 38.301.790,28.
Quantos candidatos são militares ou policiais?
A participação de militares e policiais nas eleições de 2024 é notável, com 6.649 candidatos declarando essas profissões ou utilizando nomes de urna que fazem referência a forças de segurança. Os partidos que mais lançaram esses candidatos são PL, Republicanos e União Brasil, sendo que o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, é responsável por um em cada seis desses candidatos.
Atualmente, tramita no Senado uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que busca limitar a participação de militares da ativa nas eleições e na ocupação de cargos no primeiro escalão do Executivo, destacando a relação complexa entre política e segurança pública no Brasil.
Quantos candidatos são transgêneros nestas eleições?
A inclusão de grupos minoritários nas eleições é uma questão crescente na política brasileira. Nesta edição das eleições, pelo menos 967 candidatos se identificam como transgêneros, representando 0,2% do total das candidaturas registradas. Esta é a primeira vez que essa informação é obrigatória na ficha de registro de candidatura.
Entre os candidatos, Duda Salabert (PDT), que disputava a prefeitura de Belo Horizonte (MG), é a única pessoa trans que tentava uma vaga em uma capital. A presença de candidatos transgêneros nas eleições é um passo importante em direção à diversidade e à representação política.