No cenário cada vez mais competitivo do mercado de trabalho brasileiro, encontrar uma oportunidade de emprego tornou-se uma verdadeira saga para muitos. A era digital trouxe consigo a promessa de facilitar esse processo, mas os números revelados pela Gupy, uma das maiores plataformas de recrutamento do país, lançam uma sombra sobre essa esperança.
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De acordo com dados divulgados pela própria Gupy, menos de 1% das inscrições para vagas de emprego na plataforma resultam em contratações efetivas. Essa estatística coloca em evidência um cenário de extrema concorrência, onde 15 milhões de inscrições são feitas mensalmente por 1,5 milhão de pessoas, resultando em cerca de 100 mil contratações a cada mês.
A busca por emprego no ambiente digital é uma realidade para muitos brasileiros, como a psicóloga Francine Trindade, que, após se especializar em gestão de pessoas, enfrentou a tarefa de encontrar uma colocação no mercado. No entanto, a realidade das plataformas de recrutamento como a Gupy não é apenas de oportunidades, mas também de frustrações.
O desafio das redes sociais
Nas redes sociais, os relatos de candidatos frustrados são notáveis, evidenciando a dificuldade em conquistar uma vaga de emprego no ambiente online. A chefe-executiva da Gupy, Mariana Dias, revela que o LinkedIn, uma das principais redes profissionais, registra cerca de três reclamações a cada mil pessoas cadastradas, totalizando milhares de desabafos, muitos deles relacionados a processos seletivos longos e falta de feedback.
Segundo a própria Gupy, o Brasil enfrenta um problema estrutural no mercado de trabalho, com altíssima concorrência por uma taxa de desemprego que atingiu o mínimo em nove anos, chegando a 7,5%. Esse cenário, acima da média global, é agravado pela geração média de apenas 130 mil postos de trabalho para 8 milhões de desempregados, resultando em uma média de 1,6 vagas para cada cem pessoas.
O processo seletivo e seus desafios
O processo seletivo, tanto para candidatos quanto para contratantes, é uma jornada complexa. Na Gupy, são reveladas de antemão a quantidade de etapas e o número de concorrentes, permitindo que os candidatos ajustem suas expectativas.
No entanto, a seleção de candidatos não é um processo puramente objetivo, com critérios subjetivos que tornam difícil a obtenção de um retorno claro.
Diante desse cenário desafiador, a Gupy anuncia 24 compromissos divididos em três pilares: viabilizar candidaturas simples, apoiar os responsáveis nas empresas e transferir informação e conhecimento dos candidatos.
Para os candidatos, o desafio é construir um currículo que se destaque em meio a milhares de concorrentes. Em um país com baixo índice de mão de obra especializada, destacar habilidades essenciais e conquistas anteriores torna-se crucial, mesmo em vagas operacionais.