A revisão da vida toda é um tema que tem gerado muita expectativa e debate entre aposentados e pensionistas do INSS.
Após uma longa trajetória judicial, a discussão sobre a possibilidade de incluir as contribuições feitas antes de 1994 no cálculo da aposentadoria ou pensão voltou a ganhar força, especialmente com o novo cenário político e jurídico.
O ministro do STF, Kassio Nunes Marques, recentemente intimou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, a se manifestarem sobre o assunto, criando um novo ponto de interrogação para milhões de brasileiros que podem ser afetados.
O que é a Revisão da Vida Toda?
A Revisão da Vida Toda é um processo judicial que busca alterar o valor das aposentadorias e pensões do INSS, com base nas contribuições feitas pelos trabalhadores à Previdência Social antes de 1994.
Antes desse ano, as contribuições eram realizadas em diferentes moedas, e essas contribuições não são mais levadas em conta no cálculo das aposentadorias, uma vez que o Brasil passou a adotar o Plano Real.
O objetivo da revisão é permitir que as contribuições realizadas antes de 1994 sejam incluídas no cálculo, o que poderia resultar em um valor mais alto para a aposentadoria ou pensão do segurado.
Quem pode ser beneficiado?
A medida afetaria um grande número de aposentados e pensionistas, principalmente aqueles que fizeram contribuições para a Previdência antes de 1994. A revisão seria vantajosa para aqueles que, ao longo da vida, contribuíram com valores mais altos em salários, mas que, devido ao critério de cálculo vigente, tiveram esses valores desconsiderados após a implementação do Plano Real.
Nesse sentido, a revisão poderia elevar o valor mensal das aposentadorias de pessoas que estiveram ativas antes de 1994, especialmente aquelas com salários mais altos antes da implementação da nova moeda.
A decisão do STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu em 2022 que a Revisão da Vida Toda seria possível, permitindo que os segurados tivessem as contribuições anteriores a 1994 consideradas no cálculo.
Porém, em um julgamento recente, essa decisão foi revogada, deixando muitos beneficiários de aposentadoria sem a possibilidade de corrigir os valores de suas aposentadorias ou pensões. Essa reversão da decisão causou preocupação, especialmente porque muitos aposentados já estavam contando com o aumento de seus benefícios.
Recurso apresentado
Após a reviravolta no STF, um novo recurso foi protocolado, com o intuito de reverter a decisão de 2023 e garantir que os aposentados mantivessem os direitos adquiridos nas decisões anteriores.
O pedido é para que a revisão da decisão de 2022, que favoreceu a inclusão das contribuições anteriores a 1994, seja mantida. Além disso, o governo e o Congresso Nacional estão sendo convocados a se posicionar sobre o assunto, já que a questão tem grande relevância para milhões de brasileiros.
O que esperar para o futuro?
A revisão da vida toda continua sendo um dos temas mais polêmicos e aguardados pelos aposentados e pensionistas do INSS. Com a decisão do STF ainda sendo revista, o futuro dos beneficiários dessa revisão continua incerto.
A movimentação do governo e do Congresso será determinante para decidir se a medida será ou não viabilizada. Caso seja aceita, a revisão pode resultar em um aumento significativo no valor das aposentadorias, beneficiando especialmente aqueles que contribuíram durante muitos anos, mas que, devido às mudanças monetárias, viram suas contribuições desvalorizadas.