O Nubank, conhecido por sua inovação no setor bancário, surpreendeu ao entrar discretamente no mercado de telecomunicações, firmando uma parceria com a Claro para operar como uma Mobile Virtual Network Operator (MVNO).
Essa negociação, inicialmente passando despercebida, despertou a atenção de analistas e investidores, gerando diferentes perspectivas sobre seu impacto potencial no mercado.
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A XP Financial Research emitiu um relatório classificando a entrada do Nubank como um “cisne roxo”, indicando que a empresa pode representar uma ameaça para gigantes do setor como Vivo e TIM.
A projeção da XP indica que o Nubank pode conquistar até 7% de market share em telefonia móvel nos próximos três anos, impulsionado por seu modelo de baixo custo de aquisição e serviço ao cliente, bem como pela sua participação no mercado de recargas.
Bernardo Guttmann, analista da XP, destaca que uma parceria de Revenue Share com a Claro pode conferir ao Nubank uma vantagem competitiva, possibilitando um melhor alinhamento de interesses e maior poder de precificação para o novo serviço.
Visão do Bradesco BBI
Por outro lado, o Bradesco BBI introduziu uma postura mais cautelosa, apontando os desafios ao mercado de telefonia móvel. O BBI destaca a experiência da Porto Seguro, que enfrentou dificuldades ao tentar entrar neste mercado, ressaltando que a qualidade da rede e o preço competitivo são ainda fatores críticos de sucesso.
A equipe do banco argumenta que a entrada em um novo setor pode até prejudicar a confiança do Nubank em seus produtos principais, caso as expectativas dos clientes não sejam atendidas devido às limitações na experiência do usuário fornecida pelos MVNOs.
Desafios e oportunidades
Um dos principais desafios enfrentados pelas MVNOs é garantir uma qualidade de rede apresentada às operadoras tradicionais, além de oferecer preços competitivos.
A entrada do Nubank no setor ocorre em um momento de maior racionalidade nos preços de telefonia móvel, especialmente após a saída da Oi do mercado, podendo criar oportunidades para o Nubank conquistar espaço com preços mais baixos e melhor experiência do usuário.
A competição no mercado brasileiro é intensa, com muitos provedores oferecendo combos que incluem serviços de Internet e telefonia fixa, uma área na qual o Nubank não pode competir diretamente.
Impacto nos concorrentes
Segundo a XP, a TIM poderia ser a mais vulnerável a essa nova concorrência, devido à sua maior dependência de planos pré-pagos e controle.
Por outro lado, a Vivo, com sua maior inteligência em planos pós-pagos e combos, pode estar mais protegida contra os impactos da entrada do Nubank.