Justiça investiga saques irregulares no cartão de crédito no Brasil
A Justiça brasileira está intensificando as investigações sobre saques irregulares realizados com cartões de crédito, uma prática ilegal que vem preocupando tanto autoridades quanto consumidores.
Recentemente, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) iniciou uma série de projetos com o objetivo de aumentar a segurança nos arranjos de pagamento com cartões, após identificar diversos casos de fraudes.
Essas medidas envolvem a investigação de usos irregulares, a gestão de fraudes e a fiscalização de auditorias.
A Abecs está conduzindo uma investigação rigorosa sobre práticas irregulares envolvendo cartões de crédito, como o uso de limites para “empréstimos” ilegais. Em uma das operações mais recentes, a associação descredenciou quatro estabelecimentos que estavam utilizando o crédito dos clientes de forma indevida.
Marcelo Tangioni, conselheiro da Abecs e presidente da Mastercard no Brasil, destacou que esse monitoramento, ainda em fase piloto, deve servir como modelo para combater outras práticas fraudulentas no setor.
Além da investigação direta, a Abecs está trabalhando em um sistema de compartilhamento de informações sobre fraudes, similar ao que já existe entre bancos para contas correntes. Essa iniciativa visa criar uma base de dados unificada sobre estabelecimentos com altos índices de fraude, permitindo que o mercado monitore e tome medidas preventivas.
Outra ação em curso é a padronização das auditorias e fiscalizações, com a homologação de agentes específicos que podem ser contratados pelas empresas associadas para realizar esse trabalho.
A ameaça da engenharia social e a segurança nas transações
Um dos principais desafios na segurança das transações com cartões de crédito é a chamada “engenharia social”, uma técnica utilizada por fraudadores para manipular ou enganar as vítimas, levando-as a fornecer informações pessoais e bancárias.
Mesmo com a tecnologia de pagamentos no Brasil sendo uma das mais avançadas do mundo, essas estratégias continuam sendo uma grande ameaça. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), mais de 70% dos golpes bancários estão relacionados à engenharia social.
Os golpistas aproveitam-se da confiança e, muitas vezes, da falta de conhecimento das vítimas para realizar transações ilícitas, sem que haja qualquer falha tecnológica nos sistemas.
Para mitigar esses riscos, a Abecs, junto com outras entidades, tem promovido campanhas de conscientização sobre como evitar esses golpes, orientando os consumidores a jamais fornecerem informações sensíveis, como a senha do cartão ou dados pessoais, especialmente por telefone ou mensagens.
Medidas da justiça para prevenção
Para garantir a segurança nas transações, é fundamental que os consumidores estejam sempre atentos às práticas recomendadas pelas instituições financeiras. Em pagamentos presenciais, é importante verificar o valor da compra e se o equipamento de pagamento está em bom estado antes de digitar a senha.
Já nas transações remotas, é essencial conferir a confiabilidade do site e optar por mecanismos de segurança adicionais, como a autenticação em duas etapas.
Além disso, a criação de cartões virtuais para compras online é uma medida eficaz para evitar que os dados do cartão físico sejam utilizados de forma indevida. Essas precauções, aliadas às ações de combate e prevenção à fraude por parte das instituições financeiras, são fundamentais para garantir a proteção dos consumidores e a integridade das transações realizadas com cartões de crédito no Brasil.