Governo tem benefício exclusivo para idosos que não recebem do INSS

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um direito social pouco conhecido, mas fundamental para assegurar o mínimo de dignidade a idosos e pessoas com deficiência que não possuem condições de contribuir ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Garantido pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), esse benefício é destinado a pessoas com baixa renda que se encontram em situação de vulnerabilidade. Ele paga o equivalente a um salário mínimo por mês e é essencial para garantir qualidade de vida a quem não tem outro tipo de renda.

O que é o Benefício de Prestação Continuada (BPC)?

O BPC é um benefício assistencial concedido a:

  • Idosos com 65 anos ou mais;
  • Pessoas com deficiência de qualquer idade que apresentem limitações físicas, mentais, intelectuais ou sensoriais que as impeçam de participar plenamente de atividades sociais e econômicas, desde que essas limitações durem pelo menos dois anos.

Esse benefício é voltado para quem não recebe nenhum outro auxílio da Previdência Social e não precisa ter contribuído ao INSS para ter direito.

O valor do BPC é de um salário mínimo mensal (R$ 1.412 em 2024), e diferentemente das aposentadorias, ele não inclui o 13º salário nem oferece pensão por morte aos dependentes.

Além disso, é essencial que a renda média por pessoa do grupo familiar seja menor do que um quarto do salário mínimo vigente (atualmente, R$ 353,00). Esse cálculo de renda considera todos os moradores da casa que possuam algum tipo de renda.

Como calcular a renda familiar?

Para verificar se uma família se enquadra na condição de baixa renda exigida pelo BPC:

  1. Some todos os rendimentos da família.
  2. Divida o total pelo número de pessoas na casa.

Exemplo: Em uma casa com cinco pessoas, das quais apenas duas têm renda (uma de R$ 600 e outra de R$ 500), a renda total é de R$ 1.100. Dividindo esse valor pelas cinco pessoas, a média é de R$ 220, abaixo do limite de R$ 353, o que qualificaria o idoso ou a pessoa com deficiência a receber o BPC.

Por outro lado, se a renda familiar fosse R$ 1.800, a média por pessoa seria de R$ 360, valor que ultrapassa o limite e, portanto, inviabiliza o acesso ao benefício.

Quem é considerado na composição familiar?

Para o cálculo da renda per capita, consideram-se os seguintes membros da família, desde que residam na mesma casa:

  • O beneficiário;
  • Cônjuge ou companheiro;
  • Pais (ou madrasta e padrasto);
  • Irmãos solteiros;
  • Filhos e enteados solteiros;
  • Menores tutelados.

Essa composição familiar ajuda a definir a elegibilidade para o benefício, garantindo que a renda per capita seja calculada de maneira precisa.

Como solicitar o BPC?

Para requerer o BPC, a pessoa pode:

  • Entrar em contato com o INSS pelo telefone 135 (ligação gratuita de telefone fixo) ou pelo site ou aplicativo “Meu INSS”;
  • Realizar o pedido pessoalmente em uma Agência da Previdência Social.

Documentos necessários

Os documentos exigidos são simples:

  • Documento de identificação com foto (não precisa ser o original, cópias simples são aceitas);
  • Cadastro no CadÚnico: Todos os membros da família devem estar inscritos no Cadastro Único para programas sociais do governo federal e ter CPF, incluindo crianças e adolescentes.

É recomendado que o cidadão procure o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de sua cidade para mais informações e assistência no preenchimento do CadÚnico.

É importante entender como funciona, quais os critérios e as obrigações de quem o recebe, para que o benefício possa continuar atendendo aqueles que realmente precisam.

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