Recentemente, o Ministro do Trabalho e Previdência, Luiz Marinho, anunciou mudanças que afetarão o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos trabalhadores brasileiros.
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Em entrevista ao Painel S.A., ele revelou a intenção de enviar ao Congresso Nacional uma medida para encerrar o saque-aniversário, visando combater práticas abusivas de crédito consignado. Além disso, o ministro defendeu a liberação do crédito consignado para a iniciativa privada.
Fim do Saque-Aniversário
O saque-aniversário, uma modalidade que permite ao trabalhador sacar parte do saldo do FGTS no mês do seu aniversário, está com os dias contados. A decisão foi tomada com base em diversos fatores que têm prejudicado os trabalhadores e o fundo como um todo.
Cerca de R$ 100 bilhões do FGTS estão atualmente bloqueados em operações de consignado. Isso impede que esses recursos sejam usados em programas sociais importantes, como o Minha Casa Minha Vida.
A medida visa acabar com a prática abusiva onde o saldo do FGTS é bloqueado em caso de demissão, mesmo quando o trabalhador possui recursos suficientes para quitar a dívida. Aproximadamente 8 milhões de trabalhadores foram afetados, com R$ 20 bilhões bloqueados em consignados, enquanto o saldo devedor era de apenas R$ 5,5 bilhões.
A medida será enviada ao Congresso nos próximos dias, e, após a aprovação, o fim do saque-aniversário será oficializado. Trabalhadores devem ficar atentos às novas diretrizes para entender como isso afetará seus direitos e benefícios.
Crédito Consignado Privado
Para compensar o fim do saque-aniversário, o ministro propõe facilitar o acesso ao crédito consignado na iniciativa privada, oferecendo uma alternativa mais justa e menos burocrática para os trabalhadores.
- Facilidade de acesso: A liberação do crédito consignado para a iniciativa privada permitirá que os trabalhadores tenham acesso a empréstimos com taxas de juros mais baixas, sem a necessidade de autorização do empregador.
- Autonomia no Sistema e-Social: A operação será implementada via sistema e-Social, permitindo que os trabalhadores realizem operações de forma autônoma, sem depender da aprovação do empregador.
- Proteção contra exploração: Reconhecendo a resistência dos bancos à limitação dos juros, o ministro defende um teto “razoável” para proteger os trabalhadores da exploração.
Outras medidas em defesa dos trabalhadores
Além das mudanças no FGTS e no crédito consignado, o ministro Luiz Marinho defendeu outras medidas que visam melhorar a vida dos trabalhadores e fortalecer suas proteções legais e sindicais.
- Revisão da Reforma Trabalhista: O ministro criticou a flexibilização excessiva da reforma trabalhista, que levou à precarização do trabalho e ao aumento da informalidade. Ele defende uma revisão para corrigir esses problemas.
- Fortalecimento dos Sindicatos: Marinho destacou a importância dos sindicatos na defesa dos direitos dos trabalhadores e criticou a decisão do STF de validar a terceirização irrestrita. Ele propõe medidas para fortalecer a atuação sindical.
- Melhorias na Justiça do Trabalho: O ministro também defendeu o fortalecimento da Justiça do Trabalho, criticando a sobrecarga da Justiça comum com processos trabalhistas. Ele sugere melhorias para que a Justiça do Trabalho possa atender melhor as demandas dos trabalhadores.
O que fazer diante das novas medidas?
Com o fim do saque-aniversário e as mudanças no crédito consignado, os trabalhadores devem estar atentos às novas regras e ajustar suas estratégias financeiras.
Fique atento às notícias e às informações divulgadas pelo governo sobre a data de implementação das novas medidas. Se tiver dúvidas sobre como essas mudanças podem afetar seus direitos e benefícios, procure orientação de especialistas ou sindicatos.