Etanol na gasolina: o que você precisa saber antes de abastecer
O projeto de lei nº 4516/2023, também conhecido como PL do Combustível do Futuro, pode ser aprovado em breve, segundo análise do JPMorgan. Este projeto propõe um aumento no percentual de etanol utilizado na gasolina, passando dos atuais 27,5% para 30% e podendo chegar até 35%, de acordo com estudos técnicos.
De acordo com cálculos apresentados no relatório da instituição financeira, isto significaria um aumento na demanda por etanol na ordem de 1,15 bilhão de litros, o que representa um aumento de 4% na demanda total. Além disso, a alteração poderia impactar a percepção do mercado, que hoje vê uma situação de excesso de oferta de etanol.
Pode ser o ponto de virada
Se confirmada a alteração para 35%, o mercado poderia ver uma mudança drástica na relação oferta e demanda. Isso seria desencadeado pelo aumento da produção de etanol de milho e o impacto também seria sentido no mercado de açúcar.
Com a mudança proposta, haveria um incremento de 12% na demanda obrigatória por etanol. O aumento nos preços domésticos do etanol reflete diretamente no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) das principais empresas do setor.
Segundo o JPMorgan, a cada aumento de 10% nos preços, o Ebitda da São Martinho (SMTO3) cresceria 6%, o da Adecoagro (listada nos EUA) aumentaria 5% e o da Raízen (RAIZ4) teria acréscimo de 1,7%.
Incentivo ao diesel verde
Além do aumento no percentual de etanol na gasolina, o projeto de lei também prevê um incentivo ao diesel verde. Este estímulo é uma tentativa do governo brasileiro de diminuir a dependência do país em relação aos combustíveis fósseis, além de reduzir as emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa.
Em conclusão, o projeto de lei nº 4516/2023 propõe medidas que visam aumentar o uso de combustíveis alternativos e renováveis no Brasil. Além dos benefícios ambientais, estas medidas podem também ter um impacto significativo na economia e nas empresas do setor de produção de etanol.