O Carrefour, um dos gigantes do varejo brasileiro, demonstra sinais de recuperação e transformação em sua estratégia e resultados financeiros. Após um período de desafios e reestruturação, a empresa voltou a registrar lucro no segundo trimestre de 2024.
No segundo trimestre deste ano, o Carrefour apresentou um lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 330 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 249 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Esse resultado positivo foi acompanhado por uma receita líquida que cresceu 7,8%, alcançando R$ 29,6 bilhões.
A melhoria no desempenho financeiro da empresa pode ser atribuída a uma redução nas despesas com vendas, gerais e administrativas, além de uma diluição dessas despesas que gerou um ganho operacional considerável. O EBIT, que representa o lucro antes de juros e impostos, alcançou R$ 594 milhões, em comparação com uma perda de R$ 9 milhões no ano passado.
Desafios em algumas áreas específicas
A margem bruta, que mede a eficiência da empresa na produção e venda de seus produtos, caiu para 18,7%, uma diminuição de um ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior.
Essa queda foi impactada especialmente pelas unidades de supermercados e hipermercados, que enfrentaram uma forte campanha promocional do Atacadão e uma precificação mais agressiva no varejo.
Além disso, a margem EBITDA ajustada do grupo melhorou, atingindo 5,7%, o que reflete um avanço na eficiência operacional das unidades.
Novos planos estratégicos
O Carrefour está atualmente em um processo de transformação estratégica, que inclui a conversão de oito supermercados em unidades do Atacadão e um plano para abrir 20 novas lojas de atacarejo em 2024, revisando sua meta inicial de 10 a 12 novas lojas.
A companhia também está acelerando seu plano de sinergias anuais, estabelecido após a aquisição da rede Big em 2021. A meta de sinergias foi revisada para R$ 3 bilhões por ano, um aumento em relação à meta anterior de R$ 2 bilhões.
A empresa já capturou cerca de R$ 583 milhões em economias no segundo trimestre, o que representa uma economia anualizada de R$ 2,3 bilhões, superando a meta original em aproximadamente 17%. Esta eficiência operacional foi alcançada principalmente por meio de reduções de custos, que foram superiores às expectativas iniciais em cerca de R$ 1,3 bilhão por ano.
Além disso, a empresa enfrentou uma queda de 11,3% nas vendas totais dos supermercados e hipermercados, resultado do fechamento de várias lojas e da migração para o modelo de atacarejo. No final de junho, o Carrefour contava com 90 supermercados, uma redução significativa em relação aos 207 em dezembro do ano anterior.