Recentemente, uma descoberta surpreendente levantou preocupações entre motoristas e autoridades que algumas marcas de pão de forma podem conter álcool suficiente para, em casos raros, resultar em um teste positivo para o bafômetro.
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Diante desse cenário, o Departamento de Trânsito de Goiás (DETRAN-GO) decidiu esclarecer a situação para tranquilizar os condutores.
A quantidade de álcool no pão de forma
De acordo com testes realizados pelo DETRAN-GO, a quantidade de álcool encontrada no pão de forma é extremamente baixa e rapidamente se torna indetectável. Após a ingestão de duas fatias de pão, qualquer traço de álcool desaparece em menos de três minutos.
Isso significa que, embora o teste de bafômetro possa mostrar um indicativo de álcool imediatamente após o consumo, o nível é tão insignificante que não representa um risco para reprovação em testes de alcoolemia.
Quais marcas de pão foram analisadas?
A pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) incluiu 10 das marcas de pão de forma mais vendidas no Brasil. Entre elas, seis marcas apresentaram teores de álcool elevados, conforme segue:
- Visconti
- Bauducco
- Wickbold 5 Zeros
- Wickbold Sem Glúten
- Wickbold Leve
- Panco
Essas marcas tiveram níveis de álcool que, se fossem aplicados padrões semelhantes aos de bebidas alcoólicas, estariam dentro de limites aceitáveis.
No entanto, as marcas Seven Boys e Wickbold apresentaram taxas elevadas de 0,5% e 0,35%, respectivamente, que, embora não fossem suficientes para considerá-las alcoólicas sob as normas de bebidas, poderiam ser motivo de preocupação sob regulamentos de produtos fitoterápicos.
As marcas Pullman e Plusvita não apresentaram problemas e foram isentas de qualquer reprovação.
Como o álcool chega ao pão de forma?
O álcool no pão de forma é resultado do processo de fermentação, onde os açúcares da massa são convertidos em álcool etílico e gases.
Embora a maior parte do álcool evapore durante o cozimento, alguns conservantes adicionados para evitar o mofo podem dissolver-se em substâncias alcoólicas, resultando em níveis mais elevados de etanol. O excesso de conservantes pode, portanto, levar a uma maior concentração de álcool no produto final.
A reação das autoridades e a campanha da Proteste
Após os testes, a Proteste enviou um ofício ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), solicitando a definição de um percentual máximo de álcool permitido para pães e a implementação de ações de fiscalização mais rigorosas.
Henrique Lian, diretor executivo da Proteste, destacou a importância da transparência: “Temos a certeza de que esses produtos com elevado teor alcoólico seriam evitados por numerosos consumidores se houvesse maior clareza. Por isso, criamos a campanha ‘Se tem Álcool, todo mundo tem direito de saber’, para garantir que os consumidores estejam bem informados.”
O que isso significa para motoristas e consumidores?
Para os motoristas, o DETRAN-GO esclarece que a quantidade de álcool nos pães de forma é insuficiente para causar reprovação em testes de bafômetro. No entanto, os consumidores preocupados com os efeitos do álcool em produtos alimentícios devem ficar atentos às informações e buscar marcas que se alinhem com suas preferências e necessidades.
Por fim, é essencial que tanto consumidores quanto autoridades estejam cientes das informações mais recentes sobre os produtos que consumimos e suas possíveis implicações. A transparência e a regulamentação rigorosa são fundamentais para assegurar a segurança e o bem-estar de todos.