Desemprego sobe em fevereiro, mas número de carteiras assinadas bate recorde; entenda
A mais recente pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que a taxa de desocupação no Brasil subiu para 7,8% nos últimos meses. Este incremento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, embora sutil, sinaliza mudanças importantes no cenário trabalhista do país. No mesmo período de 2023, essa taxa estava em 8,6%, o que indica uma melhora anual, mas ainda requer atenção.
O levantamento mostra que o número de pessoas desocupadas cresceu 4,1% em comparação ao trimestre anterior, totalizando aproximadamente 8,5 milhões de indivíduos em busca de trabalho. Esta estatística, apesar do aumento trimestral, reflete uma redução de 7,5% quando comparada ao mesmo período do ano anterior.
O impacto da estabilidade da população ocupada
O estudo do IBGE apontou uma estabilidade na população ocupada, que se manteve em torno de 100,2 milhões de pessoas. Este dado traz luz ao aumento da taxa de desocupação, atribuído ao crescimento do número de pessoas em busca ativa por trabalho.
Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, destaca que o início do ano é marcado por dispensas de temporários e desaceleração econômica, dificultando a absorção de trabalhadores pelo mercado. (via G1)
Recorde na criação de vagas formais e carteiras assinadas
Uma nota positiva identificada pela pesquisa foi o recorde na quantidade de pessoas empregadas com carteira assinada, atingindo a marca de 37,99 milhões de trabalhadores. Esse aumento nas vagas formais tem sido um dos fatores para mitigar o crescimento do desemprego, evidenciando uma tendência de formalização no mercado de trabalho brasileiro.
Desemprego e informalidade
O cenário desafiador se completa com o crescimento do número de pessoas desempregadas, que agora somam 3,7 milhões. Esse aumento de 8,7% em relação ao trimestre anterior marca a primeira alta deste contingente desde abril de 2021. Além disso, a taxa de informalidade se manteve elevada, com 38,8 milhões de trabalhadores informais representando 38,7% da força de trabalho no país.
Os efeitos no rendimento e na massa salarial
Apesar dos desafios no mercado de trabalho, o rendimento real habitual dos brasileiros teve um aumento de 1,1% em comparação ao trimestre anterior, alcançando R$ 3.110. Este avanço reflete um crescimento anual de 4,3% no rendimento. Adicionalmente, a massa de rendimento real habitual atingiu R$ 307,3 bilhões, representando um novo recorde na série histórica e um crescimento de 6,7% na comparação anual.
Embora enfrentemos um panorama de aumento na taxa de desocupação, os dados revelam nuances importantes sobre a realidade trabalhista do país. A expansão das vagas formais e o aumento no rendimento real são sinais positivos de que, apesar dos desafios, há movimentos de melhoria no mercado de trabalho brasileiro.