Chuvas no RS: ainda é preciso estocar ARROZ? Saiba o que dizem os especialistas
As postagens alarmistas nas redes sociais que incentivam a população a fazer estoques de arroz em meio às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul estão gerando preocupação. Como maior produtor de arroz do Brasil, responsável por 70% da safra nacional, o estado enfrenta essa situação crítica. No entanto, representantes da indústria e comércio desse alimento, em entrevista ao Estadão, asseguram que não há risco iminente de desabastecimento e enfatizam que não é necessário fazer reservas preventivas.
Segundo Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), até agora foi concluída a colheita de 83% da safra. Apesar dos atrasos em algumas regiões devido às chuvas, especialmente nas áreas mais afetadas, Alexandre destacou que as áreas já colhidas apresentaram boas médias de produtividade, assegurando o abastecimento no país.
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Situação do arroz
Segundo Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), ele afirmou que não há praticamente nenhum risco de desabastecimento de arroz nos supermercados. Ele destacou que os supermercados e centros de distribuição estão bem abastecidos com arroz, tornando o risco praticamente insignificante.
Ele também afirmou que não há risco de desabastecimento de outros produtos com alta produção no Rio Grande do Sul, como soja, leite, frutas, óleo e trigo. Destacou que o Brasil é o maior exportador líquido de alimentos do mundo, com uma produção diversificada em várias regiões, o que garante que os consumidores brasileiros sempre terão preferência e acesso aos produtos alimentícios necessários.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) está monitorando de perto a logística e o abastecimento de produtos essenciais para a população. Até o momento, conforme a entidade, os estoques e as operações de abastecimento no varejo seguem normais, com uma variedade de marcas, preços e promoções disponíveis para atender à demanda de consumo, tanto nas lojas físicas quanto online.
Estoque e preço
Os representantes consultados concordaram em desaconselhar a população a fazer reservas de alimentos. De acordo com a Abras, é fundamental que as pessoas evitem estocar arroz em casa para garantir que o produto esteja disponível continuamente para todos.
Antônio da Luz alertou que essa conduta pode acarretar em elevações nos preços a curto prazo. Ele esclareceu que, inicialmente, não há indícios de aumento nos preços do arroz. Contudo, se as pessoas continuarem comprando em grande quantidade, poderemos observar aumentos temporários até que percebam que não há escassez e diminuam suas compras excessivas.