Fundado na serena Siena em 1472, o conhecido e icônico Monte dei Paschi (MPS), o banco mais antigo do mundo. Atingindo sua forma atual em 1624, o banco tem um lugar firmemente estabelecido na economia italiana, servindo como o quinto maior banco comercial de varejo no país. Conta com aproximadamente 1800 agências, 28 mil empregados e 4,5 milhões de clientes só na Itália, além de agências e negócios no exterior.
Esse veterano sobreviveu mais de meio milênio, mas, com diversos problemas financeiros, seu destino deve ser a venda para o concorrente Unicred. A crise do Monte dei Paschi começou por volta de 2007, quando o banco decidiu adquirir um concorrente a fim de se tornar o terceiro maior banco da Itália.
Desde então, a instituição financeira vem lidando com problemas financeiros significativos, agravados pela crise econômica internacional. Uma série de rodadas de capitalização ocorreu ao longo dos anos, cercadas por investigações de fraudes e até mesmo a morte misteriosa de um funcionário.
No mês passado, o Banco Central Europeu realizou o chamado teste de estresse em todas as instituições financeiras do bloco. Essa avaliação busca medir a solidez dos bancos e evitar um efeito dominó financeiro – já que os bancos têm relações de crédito entre si. Infelizmente para o Monte dei Paschi, ele apresentou o pior desempenho entre todas as instituições.
O papel do banco MPS na economia italiana
Em meio aos seus desafios e sucessos, o Banco MPS tem mantido um papel ativo na economia italiana, assim como na Europa. Um exemplo disso foi em 2007, quando o banco adquiriu a Banca Antonveneta do Grupo Santander, posicionando-se ainda mais fortemente no mercado. No entanto, o banco tem enfrentado dificuldades financeiras, com suas ações sendo suspensas em 2014 após terem caído cerca de 20%.
Nos resultados dos testes de stress conduzidos pelo Banco Central Europeu, a instituição apresentou a necessidade de um aporte financeiro para suportar um cenário de adversidade financeira extrema. Entre 2009 e 2014, o banco requisitou mais de 4 bilhões de euros do Estado italiano.
Existe solução para a situação do Monte dei Paschi?
Daniele Franco, ministro da Economia da Itália, disse que o banco precisaria de mais de 2,5 bilhões de euros para evitar a falência. A venda parece ser a única solução. Apesar do apelo popular que a marca do banco possui em Siena, a existência do Monte dei Paschi, como o conhecemos, parece estar com os dias contados.
Curiosamente, o Monte dei Paschi, mesmo com sua longa existência, não é o primeiro banco da história. Esse posto é do Banco di San Giorgio, lançado em Gênova em 1406. Já o posto de banco mais antigo do mundo, caso o fim anunciado do Monte dei Paschi se confirme, deverá ser ocupado pelo Berenberg Bank, fundado mais de um século depois em Hamburgo, na Alemanha.