A B3, principal bolsa de valores do Brasil, deu mais um passo na integração de criptoativos ao mercado financeiro nacional com o lançamento do contrato futuro de bitcoin, marcando uma nova era de sofisticação nas estratégias de investimento.
A iniciativa, anunciada em 17 de abril, representa uma alternativa inovadora para os investidores interessados em explorar o potencial do bitcoin sem a necessidade de adquirir o ativo físico.
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João Canhada, fundador da Foxbit, destaca a importância dos contratos futuros de bitcoin como uma maneira adicional para os investidores negociarem o ativo. Enquanto os ETFs rastreiam o preço de um ativo subjacente, como o bitcoin, os contratos futuros permitem que os investidores negociem a expectativa desse preço em um futuro determinado, sem a obrigatoriedade de possuir o ativo físico.
Conceito de mercado futuro
Trata-se de uma ferramenta que possibilita aos investidores protegerem-se de futuras oscilações de preço de um ativo, seja moeda, ação, índice, commodity ou taxa de juros. Os contratos futuros são negociados em ambiente de bolsa, onde o preço reflete a expectativa dos investidores sobre o valor futuro dos ativos.
Além da proteção contra oscilações de preço, os contratos futuros podem ser utilizados em estratégias de especulação de curto prazo, permitindo aos investidores lucrar com as variações de preço do ativo sem a necessidade de fazer um grande aporte financeiro inicial.
André Schierz, da Nova Futura Investimentos, ressalta que os contratos futuros proporcionam uma exposição maior ao mercado sem exigir o desembolso total do capital, viabilizando operações de curto prazo, como o ‘day trading’.
Como funciona?
A mecânica por trás dos contratos futuros envolve o compromisso do investidor em comprar ou vender um determinado ativo em um futuro preestabelecido por um preço determinado, de acordo com seu perfil de risco e estratégia.
Na B3, para negociar o futuro do bitcoin, os investidores de varejo precisam depositar uma margem mínima de R$ 100 por contrato, enquanto o valor do contrato futuro de bitcoin é o equivalente a 0,1 bitcoin, atualmente em torno de R$ 330 mil.
Diferentemente dos ETFs, nos quais o investidor desembolsa 100% do valor da cota, nos contratos futuros, o investidor tem exposição ao ativo, mas deposita apenas uma margem. Essa diferença proporciona uma exposição diferente ao mercado, conforme destaca Marcos Viriato, presidente da Parfin.
Ademais, Valter Rebelo, da Empiricus Research, enfatiza que os contratos futuros permitem até mesmo entrar vendido, ou seja, lucrar com a queda dos preços do ativo, sem a necessidade de possuí-lo.
José Gabriel Bernardes, sócio da Fuse Capital, ressalta que os contratos futuros tendem a ser mais baratos e rápidos, oferecendo maior liquidez em comparação aos ETFs. Essa maior liquidez é fundamental para garantir a facilidade de entrada e saída das posições, proporcionando agilidade nas operações.
O contrato futuro de bitcoin utilizará o índice Nasdaq Bitcoin Reference Price como referência, com vencimento mensal e horário de negociação das 9h às 18h30. Desde o lançamento, conta com formadores de mercado, agentes que contribuem para a liquidez e confiabilidade na formação de preços.
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