Corte na Taxa Selic: saiba o que esperar do Ibovespa nesta semana
Na quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou a redução da taxa básica de juros, a Selic, de 11,25% para 10,75%, alcançando o nível mais baixo desde fevereiro de 2022. Um aspecto destacado a partir do comunicado do Copom foi a ausência de uma indicação clara sobre os próximos encontros.
No passado, o comitê indicava uma tendência de cortes progressivos na taxa de juros. No entanto, atualmente, restringiu-se a confirmar apenas mais um corte de 0,50 ponto percentual. Conforme as projeções, espera-se que a Selic chegue a 10,25% na próxima reunião em maio. Contudo, há incerteza quanto à continuidade do relaxamento monetário nos meses subsequentes.
Impacto no Ibovespa
Os efeitos da diminuição da Selic ultrapassam as deliberações do Copom. Prevê-se que essa redução incentive o investimento e o consumo, estimulando a atividade econômica e favorecendo uma recuperação mais vigorosa. Nenad Dinic, estrategista de ações do Julius Baer, ressalta que, no mercado de ações brasileiro, o declínio da Selic é percebido de forma favorável, mesmo diante do desempenho negativo do Ibovespa em 2024.
De acordo com a análise conduzida pela XP sobre os últimos 20 anos de cortes de juros no Brasil, a redução das taxas tende a beneficiar empresas e ativos de risco, impulsionando a valorização do Ibovespa. Além disso, a retomada dos fluxos de capital estrangeiro e a persistência do ciclo de redução das taxas de juros são elementos que sustentam uma perspectiva otimista para o mercado acionário brasileiro.
Reuniões do Copom sobre a Selic
A alteração na linguagem do comunicado, notadamente a eliminação do plural, sugere uma abordagem mais adaptável, decidindo de forma individual em cada reunião. Apesar do tom cauteloso do comunicado, muitos economistas mantêm a convicção de que o Copom continuará com os cortes na taxa de juros, pelo menos até a próxima reunião em junho. Prevê-se mais dois cortes de 0,50 ponto percentual e possíveis reduções adicionais de 0,25 ponto percentual ao longo do segundo semestre.
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A explicação para a abordagem mais cautelosa do Copom está vinculada ao crescimento da incerteza no cenário econômico. Elementos como a instabilidade dos mercados financeiros internacionais, o desenvolvimento da pandemia de COVID-19 e os riscos políticos internos contribuem para uma visão menos definida do que está por vir.