Ações da Petrobras (PETR4) em queda: como ficam os dividendos?
A semana passada terminou em clima de decepção para os investidores da Petrobras. Após o comunicado de que a empresa não pagaria os dividendos extraordinários, a cotação das ações da estatal brasileira sofreu queda expressiva na Bolsa de Valores. Na tarde da última sexta-feira (8), as ações preferenciais da empresa recuaram 8,76% e as ordinárias, 8,94%. O impacto negativo da notícia levou as ações a despencar mais de 10% ao longo do dia.
Diretrizes da política de remuneração de acionistas
A decisão da empresa de não pagar os dividendos extraordinários foi comunicada através de nota. No documento, a Petrobras informa que a proposta de distribuição está alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas, aprovada em julho de 2023. Segundo a estatal, caso seu endividamento bruto seja igual ou inferior a US$ 65 bilhões, a empresa será obrigada a distribuir a seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre. A decisão final sobre esse pagamento mínimo será tomada durante a próxima assembleia geral ordinária, programada para 25 de abril.
Repercussão no mercado financeiro
A decisão da Petrobras reverberou negativamente entre os analistas financeiros de seis instituições diferentes. Em seus relatórios, a palavra decepção foi recorrente, ressaltando o clima de insatisfação com a suspensão dos dividendos extraordinários. Desta maneira, algumas casas de análise, como Santander, Bradesco BBI e Ágora, rebaixaram a recomendação de compra para neutra.
Impacto nos dividendos e possíveis razões para a decisão
A decisão da Petrobras levanta hipóteses sobre o real motivo por trás da suspensão. Enquanto alguns analistas consideram que a atitude pode indicar uma possível aceleração de fusões e aquisições em 2024, limitando os dividendos extraordinários, outros acreditam que a empresa possa estar guardando uma “reserva” para cobertura de possíveis deteriorações futuras das contas públicas.
Preço do petróleo e performance da Petrobras
Os analistas do Citi apontam que a queda no preço do petróleo no mercado internacional pode ser outro fator de pressão sobre as ações da Petrobras. A estatal teve lucro líquido de R$ 31,04 bilhões no quarto trimestre de 2023, uma queda de 28,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Eles ressaltam ainda que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 262,3 bilhões ficou abaixo do esperado.
A incerteza em torno das estratégias futuras da Petrobras, bem como os riscos inerentes ao mercado de petróleo, colocam o investidor em sinal de alerta. A suspensão dos dividendos extraordinários indica que, antes de tudo, é preciso acompanhar de perto as movimentações da empresa e do mercado como um todo para tomar decisões mais acertadas.