Valor do Bitcoin em alta: é melhor comprar ou vender a moeda?
Em fevereiro, o Bitcoin (BTC) registrou um notável avanço, alcançando um aumento de 45%, ao passo que o S&P 500 teve um acréscimo modesto de apenas 5%. Esse desempenho evoca lembranças positivas: na última vez que houve um crescimento tão expressivo, em dezembro de 2020, a criptomoeda estava alcançando sua máxima histórica, dando início a um rali que perdurou por mais de 300% nos meses seguintes.
Uma indicação promissora é a reação favorável dos novos ETFs americanos que se dedicam ao ativo no mercado à vista. Na quinta-feira (29), eles alcançaram um volume de negociação de US$ 8 bilhões. O principal entre esses ETFs, administrado pela renomada BlackRock, foi lançado no Brasil na sexta-feira passada (1) sob a forma de BDR. Dessa forma, o portal InfoMoney realizou entrevistas com vários especialistas sobre a criptomoeda.
Bitcoin: vender ou comprar?
A quantidade de Bitcoin disponível para compra tem sido escassa no mercado, com mais da metade de todos os tokens em circulação permanecendo inativos por mais de dois anos, de acordo com informações fornecidas pela Glassnode, uma empresa de análise. No entanto, os detentores de curto prazo já estão iniciando o processo de liquidação de suas posições.
- Stephane Ouellette, CEO da plataforma de ativos digitais FRNT Financial, adverte que a margem de lucro não realizada dos detentores de curto prazo de Bitcoin está atualmente em torno de 45% após a recente ascensão, sugerindo a possibilidade de uma correção imediata. Ainda assim, os agentes do mercado permanecem otimistas.
- Guilherme Sacamone, o executivo líder no Brasil da corretora de criptoativos internacional OKX, afirmou que a escassez evidente e o aumento dos investimentos institucionais oferecem oportunidades robustas. Ele destacou que a combinação de oferta estável com uma demanda crescente é uma equação econômica que sugere uma valorização considerável ao longo de muitos anos.
Para os investidores que compraram no pico em 2021, parece ser menos uma oportunidade de saída e mais uma chance de “retornar ao jogo”. De acordo com Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset, com base nos padrões anteriores, os maiores aumentos do Bitcoin geralmente ocorreram nos 12 meses após o halving. Portanto, vender o Bitcoin assim que o preço ultrapassar a máxima anterior pode não ser uma estratégia vantajosa.
Mineração e rali
Fleury, destaca que a média das captações diárias dos ETFs resulta em um volume de compra entre 8 e 10 vezes o total minerado por dia. Ele também observou que uma parcela significativa do estoque total de bitcoins permanece estática na rede, gerando um choque de oferta que impulsiona o preço a subir no ritmo atual.
No entanto, Fleury observou que o investidor comum ainda não estava participando desse movimento. Ele afirmou que claramente se tratava de um fluxo institucional, considerando os valores mínimos para investir no mercado primário desses novos ETFs, e definitivamente não era um movimento de varejo.
Junto às instituições, os traders estão se preparando antes do halving, um evento agendado para abril que reduz pela metade a taxa de inflação do Bitcoin a cada quatro anos. Considerando que a oferta de Bitcoin é limitada a 21 milhões de moedas, das quais 19 milhões já foram mineradas, especialistas acreditam que essa condição estabelece as bases para o início – e não o fim – de um rali prolongado.
De acordo com Matt Simpson, analista de mercado sênior do City Index, em circunstâncias normais, este cenário possivelmente seria classificado como “ponto de explosão, evite esta bolha”. No entanto, o Bitcoin está agora imerso em um período de rali parabólico, sem evidências imediatas de um limite superior.