Em 2025, o salário mínimo brasileiro poderá registrar um aumento, superando as expectativas iniciais e gerando grande impacto para milhões de trabalhadores. Inicialmente, o governo havia projetado um aumento de R$ 97 no piso salarial, mas com a inflação se mostrando mais alta do que o esperado, o reajuste pode ultrapassar os R$ 110, chegando a um novo valor de até R$ 1.524.
Esse acréscimo não apenas afetaria o orçamento federal, mas também impactaria diretamente a vida de cerca de 60 milhões de brasileiros que utilizam o piso como referência para seus salários.
O que diz o orçamento para 2025
Quando o Orçamento de 2025 foi enviado ao Congresso Nacional em agosto, o governo federal estipulou um valor inicial de R$ 1.509 como salário mínimo. Esse valor já era superior ao que havia sido projetado anteriormente, em abril de 2024, que estimava um valor de R$ 1.502.
Caso o salário mínimo de 2025 se mantenha em R$ 1.509, o aumento será de R$ 97 em relação ao valor atual de R$ 1.412, representando um impacto para mais de 60 milhões de brasileiros, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O impacto da inflação
A previsão inicial de inflação para 2025, calculada em 3,82%, foi revisada para 4,9% pela XP Investimentos. Essa mudança nas expectativas inflacionárias pode aumentar o salário mínimo além do valor de R$ 1.509 estipulado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Caso a inflação de 2025 seja superior ao esperado, o governo será obrigado a ajustar o valor do salário mínimo de acordo com essa variação. O valor poderá então chegar a R$ 1.524,00.
Esse reajuste extra, que não foi previsto originalmente, teria um grande impacto no orçamento do governo e também na vida das pessoas que dependem diretamente do salário mínimo. Com o acréscimo de aproximadamente R$ 112 no piso, o governo precisaria se preparar para um gasto extra de R$ 13,3 bilhões, além do que já foi previsto no Orçamento.
Como o reajuste é calculado
O reajuste do salário mínimo é calculado com base em dois fatores principais: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. O INPC mede a variação dos preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, refletindo o poder de compra da população.
O PIB, por sua vez, mede o crescimento da economia do país e é utilizado como parâmetro para definir o aumento real do salário.
Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,91%, e a previsão de inflação foi revista para 4,9%, o que implica um reajuste maior no salário mínimo do que o inicialmente previsto. Esse cálculo, que combina o INPC com o crescimento do PIB, volta a ser utilizado em 2023, após ser retomado pelo governo federal, o que garantiu um acréscimo maior ao valor do piso salarial.
O efeito disso é um aumento no valor do salário mínimo para R$ 1.524,00, o que representa um impacto de R$ 13,3 bilhões nos cofres públicos.
A assinatura da lei e a adaptação do mercado
Em 1º de janeiro de 2025, o presidente Lula deverá aprovar a lei que oficializa o novo valor do salário mínimo. A partir desses dados, todas as remunerações baseadas no salário mínimo serão ajustados, o que inclui não apenas os trabalhadores formais, mas também os aposentados e beneficiários de programas de transferência de renda.
Esse processo de ajuste é fundamental para garantir que os trabalhadores não percam poder de compra diante da inflação, além de garantir a adequação das políticas públicas que dependem do piso salarial.
A adaptação das empresas, dos governos estaduais e municipais, e dos beneficiários desses programas, será um desafio a ser enfrentado para que a implementação do novo valor aconteça sem grandes problemas.