Na última quarta-feira (16), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que o governo federal não vai adotar o horário de verão em 2024. A decisão veio após meses de especulação sobre a possibilidade de retorno do modelo, que está suspensa desde 2019.
A medida foi comemorada por estudantes e comunidades escolares, que veem na decisão uma oportunidade de manter uma rotina de aulas mais flexível e sem necessidade de acordar tão cedo no escuro.
A volta do horário de verão
O governo federal estava estudando as previsões de trazer de volta o horário de verão em 2024. Esse sistema, que adiantava os relógios em 1 hora durante os meses de primavera e verão, tinha como objetivo principal aproveitar melhor a luz solar e reduzir o consumo de energia elétrica no início da noite.
Com os dias mais longos, as atividades poderiam ser realizadas com luz natural até por volta das 19h00, gerando uma possível economia.
Suspenso desde o primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (PL), o fim do horário de verão foi justificado pela falta de benefícios claros, uma vez que o comportamento da sociedade e o perfil de consumo de energia elétrica mudaram, especialmente com o avanço de tecnologias mais eficiente.
No entanto, em 2024, a crise hídrica e o aumento no custo da energia reacenderam o debate. A seca extrema que atinge diversas regiões do Brasil, juntamente com a pressão sobre os recursos energéticos, levantou a questão de que o horário de verão poderia ajudar a aliviar o sistema elétrico ao reduzir o uso de eletricidade durante os horários de pico.
Apesar dessa justificativa, o governo optou por manter a suspensão, para romper muitos setores da sociedade, especialmente os ligados à educação.
Impacto da decisão nas escolas e instituições de ensino
Com a decisão de não retomar o horário de verão, as escolas e centros de ensino que estavam se preparando para uma possível mudança em seus cronogramas podem seguir com as aulas planejadas desde o início de 2024.
O possível retorno do horário de verão tinha gerado discutindo em algumas instituições, especialmente as particulares, sobre a necessidade de ajustar o horário de início das aulas.
Isso porque, com o adiantamento dos relógios, o amanheceria mais tarde, fazendo com que as manhãs fossem mais escuras por volta das 06h00. Para evitar que os alunos chegassem à escola no escuro, algumas instituições estavam avaliando a possibilidade de reprogramar as aulas para começar um pouco mais tarde.
Estudantes e professores comemoram a manutenção do horário atual
Muitos estudantes ficaram aliviados com a notícia de que o horário de verão não voltará em 2024. A ideia de começar as aulas mais tarde, em vez de acordar enquanto ainda está escuro, foi uma das principais razões para a comemoração.
Para muitos, acordar cedo durante o horário de verão é sinônimo de cansaço, já que o organismo leva algum tempo para se adaptar à mudança repentina de horário. Além disso, a sensação de ir para a escola com o dia ainda escuro pode ser desconfortável e até perigosa, dependendo da região.
Professores e gestores escolares também comemoraram a decisão. Em algumas instituições, principalmente as públicas, não há tanta flexibilidade para alterar o horário de início das aulas, o que geraria desafios logísticos.
Mantendo o cronograma atual, as escolas podem seguir suas rotinas sem precisar reorganizar horários, algo que teria implicações não só no funcionamento da escola, mas também na vida dos pais e responsáveis.
Economia de energia
Embora um dos principais argumentos para que o retorno do horário de verão fosse uma economia de energia, nas escolas essa questão não teria um impacto tão significativo. Algumas instituições, especialmente as que funcionam em período integral ou em três turnos, poderiam se beneficiar da luz natural para iluminar salas de aula, ginásios e áreas externas.
No entanto, muitos educadores argumentaram que o custo de energia com iluminação não é tão expressivo quando comparado a outros gastos, como ar-condicionado e equipamentos eletrônicos, que continuariam a ser usados independentemente do horário.
Além disso, a maioria das atividades acadêmicas ocorre pela manhã, quando, mesmo com o horário de verão, a iluminação artificial seria necessária, já que os dias demoravam mais a clarear.
Mais atividades ao ar livre
Um dos benefícios previstos com o possível retorno do horário de verão era uma oportunidade de realizar mais atividades ao ar livre, especialmente nas escolas que oferecem educação física e diversão em espaços abertos.
Com os dias mais longos, teria maior aproveitamento da luz solar para essas atividades, o que poderia, em teoria, reduzir o consumo de eletricidade nas quadras esportivas e áreas comuns.
Por outro lado, muitos professores e coordenadores educacionais argumentam que, em grande parte das regiões do Brasil, as temperaturas durante o horário de verão são extremamente elevadas, tornando as atividades externas extenuantes e até perigosas para os alunos. Assim, a possibilidade de aumentar o tempo ao ar livre não seria tão bem-vinda em todos os contextos.
Embora a decisão de não adotar o horário de verão em 2024 tenha sido confirmada, o debate sobre o tema pode continuar nos próximos anos.
Por enquanto, os alunos seguem comemorando a manutenção do horário atual, ansiosos por dias mais tranquilos, sem a necessidade de ajustar os relógios e, mais importante, sem ter que começar uma jornada escolar antes do sol nascer.