Nos últimos tempos, surgiram novos esquemas de golpe no Brasil, e desta vez, os criminosos passaram por agentes bancários ou até investidores para enganar as vítimas.
Com táticas sofisticadas, mas fundamentadas em métodos antigos de fraude, esses golpistas criam planos complexos para convencer os clientes a transferir dinheiro.
Como funciona o golpe?
O novo golpe começa com uma ligação telefônica onde os criminosos passam por representantes de bancos ou empresas de investimento. Eles afirmam que sua agência bancária, gerente de conta ou até mesmo sua própria conta está sob investigação de irregularidades.
Para dar mais sofisticação ao esquema, os golpistas muitas vezes enviam boletins de ocorrência falsificados, reforçando a narrativa de que há uma investigação criminal em curso.
Essas violações utilizam termos técnicos e jargões do setor financeiro, o que confunde e intimida a vítima, fazendo-a acreditar que está em situação de risco.
A partir daí, os golpistas sugerem que, para “proteger” os fundos, o cliente deve transferir seus recursos para as contas indicadas por eles, sob o pretexto de segurança enquanto a investigação estiver em andamento.
A técnica de Engenharia Social
Embora os golpes pareçam inovadores, a base do sucesso deles é nas velhas táticas de engenharia social. Essa prática consiste em manipulação psicológica, onde os criminosos exploram as emoções humanas, medo, urgência, e até a mesma confiança, para induzir a vítima a tomar decisões financeiras.
Na maioria das vezes, o golpista finge ser uma autoridade confiável, como funcionário de banco ou policial, e faz a vítima acreditar que está colaborando com uma investigação. Utilizando essas técnicas, os criminosos conseguem enganar até mesmo as pessoas mais cautelosas.
Alerta da Febraban
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiu um alerta importante sobre esses golpes. Segundo a entidade, é fundamental que os consumidores saibam que bancos, entidades financeiras e autoridades policiais nunca pedem que seus clientes realizem transações bancárias por telefone ou por qualquer outro meio de comunicação.
Se algum cliente receber um contato solicitando transferências ou informações pessoais, a orientação é encerrar imediatamente a ligação e procurar os canais oficiais do banco.
O diretor do comitê de prevenção a fraudes da Febraban, José Gomes, reforça que os bancos podem, sim, entrar em contato para confirmar transações suspeitas, mas jamais solicitar dados pessoais, como senhas, chaves de segurança, ou pedir que os clientes façam transferências ou estornos.
A Febraban também esclarece que os criminosos utilizaram o nome da entidade para dar legitimidade ao golpe, mas é importante destacar que a Febraban não faz contatos diretos com clientes bancários.
Como agir se receber esse tipo de contato?
Caso um cliente receba uma conexão ou mensagem com esse tipo de solicitação, a primeira recomendação é não compartilhar qualquer informação pessoal e desligar imediatamente.
Em seguida, você deve procurar os canais oficiais do banco, por meio do aplicativo ou telefone oficial, para verificar se há algo errado com a conta.
Se o cliente perceber que caiu em um golpe, é essencial que ele tome as seguintes medidas:
- Notificar o banco imediatamente para que medidas de segurança possam ser adotadas, como o bloqueio temporário de conta ou do aplicativo de transações.
- Registrar um boletim de ocorrência na delegacia ou pela internet, informando as autoridades sobre o crime.
- Altere todas as senhas e códigos de segurança associados à conta bancária e ao aplicativo do banco.
- Se houver transações indevidas, insira um pedido de ressarcimento junto ao banco.
Como reconhecer os boletins de ocorrência falsos
Os crimes têm aperfeiçoamento de suas técnicas e, em muitos casos, enviam até boletins de ocorrência falsificados para a vítima, aumentando a sensação de urgência. No entanto, é possível considerar falsificações com atenção a alguns detalhes:
- Confira o número do boletim no site oficial da polícia civil do seu estado.
- Observe a qualidade e o layout do documento, já que muitas vezes os falsificadores cometem erros de formatação ou inserem informações genéricas.
- Compare com outros documentos oficiais que você possa ter.
Se houver alguma dúvida sobre as atualizações do boletim, consulte diretamente as autoridades competentes.