Em recente declaração, o governador Tarcísio de Freitas, que atualmente dirige o estado de São Paulo, admitiu que a tarifa da água deve sofrer um aumento na sequência da privatização da Sabesp, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.
Essa revelação, dada durante um evento promovido pela XP Investimentos na última segunda-feira (11), reflete uma mudança significativa do argumento principal usado anteriormente para justificar a privatização desta empresa estatal.
Retorno no argumento de Tarcísio de Freitas
Segundo relatos, a defesa principal para a privatização da Sabesp se baseava na premissa de que a transição para uma gestão privada resultaria em tarifas mais acessíveis para os usuários.
Contudo, na última segunda-feira, a posição adotada pelo governador Tarcísio foi diferente: “A tarifa vai subir, mas a privatização garante que ela vai subir num valor menor“, informou, de acordo com as informações divulgadas pela Folha de S. Paulo.
O processo de privatização da Sabesp
O processo de privatização da Sabesp foi aprovado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e, posteriormente, sancionado por Tarcísio no dia 8 de janeiro de 2023. Esta ação, contudo, encontrou forte oposição, culminando em confrontos entre manifestantes e a Polícia, no dia da votação.
Posteriormente à sanção da proposta que permitia a privatização da Sabesp, o governo divulgou uma nota oficial ainda alegando que a desestatização da companhia traria ‘redução da tarifa’.
A lei que autorizou a privatização estabelece que 30% do valor arrecadado com a venda de ações será destinado à criação de um novo fundo com o objetivo de “proporcionar modicidade tarifária“. De acordo com declarações do governador e outros membros do governo, isso significaria uma redução na tarifa.
Esta mudança no comportamento do governo mostra, uma vez mais, a complexidade do processo de privatização e as respostas variadas e, por vezes, contraditórias que podem surgir no seu percurso.