As mudanças climáticas têm causado um impacto crescente e alarmante em todo o planeta, e a mais recente pesquisa da NASA revela um cenário preocupante para o Brasil. O estudo, publicado na revista Science Advances, aponta que o país está entre as regiões que enfrentarão ondas de calor extremas nas próximas décadas.
O estudo da NASA destaca cinco regiões do mundo onde o calor e a umidade poderão atingir níveis extremos até 2070, tornando-as potencialmente inabitáveis. O Brasil, com suas regiões norte, nordeste, centro-oeste e sudeste, está incluído entre essas áreas de risco.
A pesquisa empregou imagens de satélite e projeções da temperatura de bulbo úmido, uma medida que combina temperatura e umidade para avaliar o conforto térmico.
O que é temperatura de bulbo úmido?
A temperatura de bulbo úmido é uma métrica que reflete a sensação térmica em condições de alta umidade. Quando essa temperatura ultrapassa 35ºC por mais de seis horas, pode gerar problemas de saúde, mesmo para indivíduos saudáveis.
Por exemplo, uma temperatura de bulbo úmido de 35ºC corresponde a uma sensação térmica de até 71ºC, quando combinada com 50% de umidade.
Até os anos 2000, acreditava-se que tais condições eram impossíveis, mas elas começaram a ocorrer no Golfo Pérsico e no Paquistão a partir de 2005. Se as emissões de gases do efeito estufa continuarem a crescer, o mundo enfrentará um aumento ainda maior nas temperaturas e na umidade.
Consequências das mudanças climáticas
As mudanças climáticas têm gerado um aumento nas temperaturas globais e intensificado a frequência e gravidade das ondas de calor. A NASA alerta que a sobrevivência humana pode ser comprometida em algumas regiões, incluindo o Brasil, se não houver uma redução das emissões de gases do efeito estufa.
Regiões de risco
Além do Brasil, o estudo identificou outras áreas em risco, como o Golfo Pérsico, o Mar Vermelho, partes da China, o sudeste asiático e o sul da Ásia. A combinação de calor extremo e alta umidade representa um desafio sério, pois o corpo humano luta para regular sua temperatura interna sob essas condições.
A exposição prolongada a temperaturas de bulbo úmido acima de 35ºC pode levar a desidratação, insolação e até morte. As previsões para o Brasil são particularmente preocupantes, dado que algumas regiões já enfrentam desafios climáticos e socioeconômicos significativos.
Medidas para adaptação ao calor
Diante desse cenário alarmante, é essencial que sejam adotadas medidas para reduzir os efeitos das mudanças climáticas e adaptar-se às novas condições. Aqui estão algumas ações recomendadas:
- Redução das emissões de gases do efeito estufa: Diminuir o uso de combustíveis fósseis e investir em energias renováveis são passos essenciais.
- Aumento da cobertura vegetal: Arborização e conservação de áreas verdes ajudam a reduzir a temperatura ambiente e melhorar a qualidade do ar.
- Práticas agrícolas sustentáveis: Técnicas agrícolas que preservem o solo e a água podem ajudar a reduzir o impacto ambiental.
- Infraestrutura resiliente: Construir moradias e infraestrutura capazes de suportar condições climáticas extremas.
- Melhoria dos sistemas de saúde: Adaptar os serviços de saúde para lidar com emergências climáticas e aumentar a capacidade de resposta a problemas relacionados ao calor extremo.
- Aumentar a conscientização: Informar e educar a população sobre os riscos do calor extremo e as medidas preventivas é essencial para proteger a saúde pública.
A pesquisa da NASA destaca a urgência de ações imediatas para enfrentar a ameaça de calor extremo no Brasil e em outras partes do mundo. Com a combinação de mudanças climáticas e aumento das emissões de gases do efeito estufa, o futuro do planeta está em jogo.