O Pantanal, uma das maiores áreas úmidas do mundo, voltou a sofrer com incêndios devastadores após um breve período de tranquilidade. Nos últimos dias, a alta nas temperaturas e a baixa umidade relativa do ar têm intensificado os focos de incêndio na região.
Com labaredas de até 4 metros de altura, brigadistas enfrentam um desafio diário para conter as chamas, que já destruíram cerca de 800 mil hectares de vegetação. Este é o maior registro de área queimada no período de janeiro a julho desde 2012.
Esforços de Combate dos incêndios e Investigações
Brigadistas do PrevFogo, Corpo de Bombeiros, Força Nacional e Marinha do Brasil estão na linha de frente do combate aos incêndios. Utilizando técnicas de combate indireto e recebendo suporte aéreo de aviões e helicópteros, os profissionais trabalham incansavelmente para conter as chamas.
Nos últimos dois dias, 61 novos focos de calor foram registrados no Pantanal, com a maioria concentrada na região de Corumbá, Mato Grosso do Sul.
Além do combate direto ao fogo, a Polícia Federal e o Ibama estão investigando as causas dos incêndios. Até o momento, 30 áreas queimadas foram periciadas e levantamentos preliminares indicam que as causas não são naturais.
“Nós não tivemos, nos últimos 45 dias, raios que possam ter dado origem aos incêndios. O que leva a crer que todos os incêndios até aqui tiveram como causa a ação humana”, afirma Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama. Informações colhidas em áreas particulares estão sendo enviadas ao Ministério Público Estadual para possíveis responsabilizações.
Impacto Ambiental e Monitoramento Contínuo
O impacto ambiental dos incêndios no Pantanal é significativo, com a destruição de mais de 794 mil hectares, o equivalente a 5% do território pantaneiro. Este cenário causa a morte de animais e a devastação da flora local, gerando preocupações sobre a preservação do bioma.
A “Operação Pantanal” monitora cinco áreas específicas, incluindo as regiões de Rabicho, Porto da Manga, Paiaguás, Maracangalha e Nhecolândia, onde focos de incêndio são controlados ou monitorados de perto para evitar reativações.
Especialistas já previam o retorno do fogo, especialmente devido ao fogo subterrâneo característico do solo do Pantanal, conhecido como turfa. Esta matéria orgânica decomposta pode alcançar vários metros de profundidade e é altamente inflamável.
O monitoramento contínuo é realizado por brigadistas do PrevFogo, Corpo de Bombeiros, Exército e Força Nacional, contando com mais de 500 profissionais e 11 aeronaves no combate às chamas.