O clima brasileiro está prestes a passar por mudanças com a chegada do fenômeno climático La Niña, anunciado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o próximo mês. Após um período marcado pelo El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, o Brasil se prepara agora para as consequências do resfriamento dessas mesmas águas.
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Com a transição para La Niña, espera-se que as temperaturas diminuam em algumas regiões do Brasil, principalmente no Sul do país. Estados como Paraná e Santa Catarina devem registrar queda nas temperaturas, impactando diretamente nas condições climáticas locais.
Vai chover?
A segunda semana de junho já dá indícios do que está por vir: chuvas intensas estão previstas para as regiões Norte, Nordeste e Sul. Segundo o Inmet, os maiores acumulados estão projetados para o noroeste do Amazonas, norte do Pará, Roraima e áreas do leste do Amapá, onde os totais podem superar os 60 mm. No Sul, especialmente nos estados do Paraná e Santa Catarina, espera-se acumulados que podem chegar a 70 mm.
Na faixa leste do Nordeste, as pancadas de chuva também devem ser significativas, ultrapassando os 60 mm em algumas áreas. No interior da região nordestina, contudo, a previsão é de tempo quente e seco, refletindo a diversidade climática típica do país.
A Transição do El Niño para La Niña
O El Niño, que se estendeu de junho de 2023 a abril de 2024, deixou suas marcas pelo país. Na Região Norte, áreas que já enfrentavam seca viram suas condições se agravarem, enquanto no Sul, as áreas afetadas por seca moderada a extrema se recuperaram. No Nordeste, regiões com seca severa viram uma leve melhora a partir de março de 2024.
Os impactos do El Niño foram tão intensos que contribuíram para eventos de inundação de grande magnitude, como os ocorridos em maio, que entraram para a história como o maior desastre já registrado no Rio Grande do Sul.
Preparação para o La Niña
Segundo os especialistas, o padrão atual das condições de temperatura da superfície do mar indica a proximidade do fim do El Niño e o início do La Niña. Este último é caracterizado pelo resfriamento anormal das águas do Pacífico e tem potencial para influenciar o clima global de diversas maneiras, incluindo aumento das chuvas em certas áreas e mudanças nas temperaturas.
O Instituto Internacional de Pesquisa para o Clima e a Sociedade (IRI) projeta que a formação do La Niña seja provável a partir do segundo semestre de 2024, com uma probabilidade de 69%. Essa mudança pode afetar não apenas o Brasil, mas também outras partes do mundo, exigindo adaptações e preparações por parte das comunidades e autoridades.